É incrível como estamos sempre buscando algo e quando aparentemente estamos conseguindo queremos bloquear isso de qualquer forma.
O medo de sentir o desejo se realizando, transforma tudo em dor e duvida.
E eu sou desse tipo de pessoa, que não se importa em chorar em público ouvindo uma música ou lendo um livro no metrô, mas se a mesa vira para uma demonstração de afeto em um relacionamento a dois...
Sinto todas as portas, janelas e cortinas do meu ser fechando, as luzes são todas quebradas e para melhorar eu compro tinta preta a lote. Deixo tudo escuro e nebuloso, divago nos meus pensamentos me perco em alguma ou todas as curvas e de uma hora para a outra eu estou distante de tudo e fria demais para ser tocada.
Se foi sempre assim? Eu não sei bem, acho que com o tempo tudo só piorou.
Se houve outro alguém nesse meio tempo? É, houve. E essa pessoa me guiou por caminhos lindos, porém manipulado demais pelas suas mãos para que eu pudesse respirar sozinha lá. Sim eu parti daquele lugar.
E depois? Não dá para explicar sobre o depois, eu me senti correndo rápido e forte para fora do labirinto. Eu senti o vento batendo no meu rosto, corri como uma criança ao ver a mãe na porta da escola, segura e sem medo do que pudesse ocorrer. No meio do caminho essa segurança acabou por algum motivo eu fiquei dependente de algo que eu não sei o que é. E isso era o combustível que me mantinha correndo rumo à liberdade.
Como me sinto agora? Confusa, parada em um espaço que não é meu e ouvindo meus demônios internos gritando e meu coração e minha mente tentando me ajudar a compreender tudo...
O que me aflige? Um novo olhar, um olhar que eu ainda não tinha percebido. Que me nocauteou por esses dias. Não me lembro se o olhar sempre esteve ali, mas está lá agora. O olhar é confiante, mas a duvida é só minha.
Eu vivi e vivo tempos de conflitos internos, não quero ensinar ninguém a conviver comigo. Só quero que a pessoa sente-se ao meu lado e saiba que até no silêncio eu irradio sentimentos.
As pessoas falam demais e só conseguem ver o superficial em mim, a parte que parece está oca de sentimento, a casca que minha ferida formou. Abaixo da casca há o sangue a carne o eu.
Minha cor preferia é vermelho, porque é quente, intenso e chama o olhar de longe. E é assim que eu sou ou penso ser.