terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Lascas de ninguém


Olha lá longe

Quem vem contando os passos

Com medo de tropeçar

Nos pensamentos


Admira o pesar

Nesse meigo olhar

Admira a luz turva

Nesse inocente andar


Caminha sem direção

Não há lugar para estar

Um estranho

Movendo o ar

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

O crime de desejar



“Toda dor vem do desejo de não sentirmos dor”_ (Legião Urbana)

Sua voz ao telefone
Parece lamber meus sentidos.
Inconscientemente entro em êxtase
Sinto meu corpo flutuar.

A distância que aflige
É a mesma que afaga
A saudade sempre me abraça
A solidão me seca as lágrimas.

Mas só a sua voz ao telefone consola.

Minha paz por um momento a mais
Minha paz por seus olhos dos meus olhos
Minha paz por uma briga a mais...
Por qualquer circunstância que te faça voltar e ficar um pouco mais.

Entendo agora quando dizem que a paixão é uma doença
Ainda sim prefiro dela jamais ser curada.

Pareço algum tipo de condenado a forca
Meu único crime foi, desejar-te.
Ousei, tive esperança, investi e estiquei o braço...

Aqui estamos nós
Entrelaçados por uma separação que nos sufoca.
Um erro que eu não fui capaz de calcular.




domingo, 21 de outubro de 2012

Silêncio Impudico



O que todos os escritores têm em comum
Dever ser esse dom de gritar suas inquietações
Em silenciosas palavras
Silenciosas, mas em contraponto barulhentas.
Ler um verso, uma frase.
Sentir cada palavra ecoando em seu corpo...
Como um grito perdido no espaço
De uma dor inócua. Quem nunca?
E depois de ler e compreender
Quem é o indolente,
Que não sente vontade de abraçar
O autor e liberta-lo daquela aflição.
Se existir algum apático nessa situação
Avise-o que está morto.
Cabe ao leitor ouvir esse grito e senti-lo
É como um pacto mudo de amor.
Eu leio e compreendo
Eu escrevo e te traduzo
Ambos choramos ou sorrimos
E o que realmente importa é: vivemos!
***

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Rodoviárias da vida




Encontro saudade em tudo,
Principalmente nessas rodoviárias da vida
 Que sem avisar,
Impõem-nos um adeus.
Veste aquela alegria antiga
E sempre tão sincera
Apaga essa tristeza boba,
O que te pesa agora já não importa mais.
Deixa que o lábio toque a sua face
Aceite esse beijo e esse abraço
Receba o que puderem lhe dar
Mesmo, que seja só dor.
Permita que tudo aconteça
Agora tudo é válido
Pois, o para sempre...

Está prestes a virar o nunca mais!



domingo, 14 de outubro de 2012

A ausência que precede



Tua pele conversa com a minha

De uma forma tão aflita...

Tenho medo!


Sem essa de rimar

Todas as minhas poesias

São para matar,

Os amores que eu não tive.


Para de me perguntar onde eu quero chegar

Será que você não percebe que eu já cheguei

Que talvez você seja onde eu quero sempre chegar...

E estar e ficar, e esquecer o mundo lá fora que um dia eu tive.


Deixa-me sufocar essa dor que um dia eu senti,

Era tão insuportável quando não estavas aqui...

Minhas lágrimas ácidas tiveram muito sucesso

Corroeram todo o meu sentir, por um logo tempo.


Eu fui a ausência que você me mandou antes de aparecer

Agora eu sou a presença do seu surgir...

Promete que vai ser sempre assim enquanto durar?

sábado, 13 de outubro de 2012

A visita


Ontem à noite

Você veio me visitar

Tudo tinha um sabor agridoce

Pois, a lua estava a me afagar.


A sua face não reconheci

Seu singelo toque

Transmitiu energias que não entendi.


Meu olhar vagou por aquele sonho

Na esperança de olhar em seus olhos

E se ousar fugir, eu me oponho!


Não pedi por esse vendaval

Mas, estou tão envolvida...

Nesses casos sou facilmente rotulada como irracional,

Dane-se, pelos seus braços eu aceito ser vencida.

domingo, 7 de outubro de 2012

O silencio que grita!



O olhar pedia socorro, o coração já pulsava fraco e as mãos que estavam dadas... Dispostas a desatar o nó.
Nó que impedia a garganta de gritar e a vida de correr mais leve. O peso provinha de lagrimas, nada doce, que não esperavam a noite cair para aparecer.
Escondido ficava o sentimento, no breu ilusório da esperança.
Desesperador era transformar minutos em horas no encontro dos corpos.
O frio da falta de amor já era capaz de cobrir qualquer sol que ousasse surgir.
As frases sussurradas no silencio de cada olhar sumiram, deixaram estar para um simplório talvez de qualquer dia desses.
Qualquer dia desses que nenhuma exigência fosse imposta, que apenas a existência do sentimento de bem querer fosse o suficiente.
Insatisfatório parece ser o poço que a distancia esta abrindo com o proposito único de jogar isso que chamam de relacionamento fora.
Jogar fora assim como se faz com as sobras do que um dia foi bom, proveitoso e útil.
Desse jeito o fim toma forma...


domingo, 16 de setembro de 2012

Não me tenhas! Esqueça-me...


Provoque
Invoque
Rogue
Transforme, pois todo amor que sinto hoje é só resíduo do ódio que senti ontem.
Sou uma mulher nos meus lençóis de insensibilidade sensível.
Minha inocência fere; quando eu machuco é para não ter cura.
Julgue
Enxugue
Jogue
Não chore!
O meu véu sedutor não suporta lagrimas, então as reprima.
Não grite! Excite!
Mas, ao me abraçar...
Aqueça-me
Tenha-me
E então esqueça...
Não sou daqui
Não vivo aqui
Não pertenço, sou.
Sobrevoou os seus pensamentos
Só para deter-te da vontade de não ser você!


sábado, 8 de setembro de 2012

Cruel? Não, é só a verdade!




Posso estar diante da maior asneira que já disse nos últimos tempos, porém “jornalista” é uma profissão bem cafajeste.
Sim, eu sou estudante de jornalismo e só isso já me permite falar com alguma certeza sobre o assunto.
Os políticos prometem e não cumprem e a massa acredita que os jornalistas, apresentadores de TV, enfim os profissionais da grande mídia irão ajuda-los divulgando e denunciando a falta de comprometimento com os seus eleitores: _ Mentira!
O jornalista não conta a verdade sobre um fato, conta um recorte dele, conta o lado que a empresa para a qual trabalha defende. Isso vai desde redes conservadoras até as mais liberais.
O profissional também tem seus pensamentos, suas culturas e dificilmente será imparcial e deixara ser usado apenas como um instrumento de ligação entre a noticia/informação e a população.
Informar é dar chances ao individuo como cidadão ou como parte de um grupo de escolher as opções que a vida lhe mostra.
Dependendo de como essa informação é transmitida e entendida pode ser transformada em destruição.
Em meio a isso tudo, está o profissional que trabalha com a informação. Um instrumento valioso, porém visto por muitos como algo sem importância.
Esses muitos ficam por parte da “massa” que é facilmente manipulada, embora procurem sempre a originalidade estão presos á ideia de repetir frases que os formadores de opiniões dizem sem refletir se é aquilo que como pessoas realmente pensam.
Triste? Não, é só a verdade.
Jornalista! O diploma é obrigatório ou não? Não importa! De qualquer forma continuaremos a filtrar a informação e transmiti-la do jeito que nos for conveniente.
Cruel? Não, é só a verdade!

domingo, 2 de setembro de 2012

Sobre sonhos e felicidade





É esse ar de “dias melhores virão” que me faz sorrir!

Eles simplesmente chegaram, renderam noites com sonhos turbulentos e alguns levando ao vômito.

Basta um dia feliz para repintar sua vida inteira.

E a sensação de levantar e limpar as roupas e as mãos? Não tem como mensurar é algo divino!

Vem aquele tremelique, a vontade de gritar, sorrir, chorar. As lágrimas nessas horas tem um gosto tão aconchegante. É o gosto das lágrimas de alegria.

Eu desejo essa sensação gostosa a todas as pessoas que lutam pelo o que quer.

Na vida não nos resta só viver, vai além.

Subir degraus na realização dos seus sonhos não tem preço, é praticamente impossível de explicar.

E então viver é também sonhar.

O sonho nunca acaba, quando um se realiza já existem outros na lista.

E agora eu desejo também vigor para realizar todos os sonhos.

O meu sorriso não cabe na minha face, mas meu corpo inteiro está a sorrir.

Estou me amando , ouvindo rock’n’roll e fazendo muito barulho.

O silêncio traz sabedoria, mas o que eu mais quero agora é comemorar.

Dias melhores sempre e sempre existiram para quem os procura.

Não tenham medo do fim, na verdade ele é só um recomeço.

terça-feira, 24 de julho de 2012

Chá de amor

Você nem sabe, mas eu viveria na sua dor se isso me deixasse mais perto a cada passo que sinto sua distancia.
Sei que você tem medo do futuro e tira fotos do presente para sentir que pode prendê-lo por mais tempo aqui.
Não podemos mais sentir um ao outro, nos magoamos demais. Sem você aqui não me sinto bem.
Do que adianta quebrar o mundo e varrer todo o mal do universo se eu não posso mais ter você.
Quero que saiba que a nossa historia sempre estará tatuada em mim, pois ainda não acredito que acabou. Continuo sentindo o seu perfume nessa brisa suave.
Se tudo esta estranho, se nada faz sentido, sempre terá a alternativa de me abraçar para que eu segue suas lagrimas.
Eu quero ser o que você quiser que eu seja só não se vá de vez.
Se as piores faces forem apresentadas a você só me abrace para que eu possa extrair sua dor, dependo do seu sorriso para viver.
Como um vampiro que precisa de sangue humano, preciso de você ao meu lado.
Quando estou quebrada você é o único que pode juntar todos os pedaços.
Se não há nada que possa fazer você ficar, então que leve também meu coração.  Não me será mais útil.



sábado, 21 de julho de 2012

Uma mentira que pulou daquela boca


Dia desses em um programa matinal o tema era “Mentira” e naquele espaço as pessoas pareciam todas muito solidárias aos mentirosos, e claro não mentiam.

Tinha até uma atriz que defendia que cada um tem o direito de mostrar o que bem entender, mas parecia até uma grande piada perguntar a uma atriz o que ela acha de mentir. Sabe-se claramente que ela ganha a vida mentindo.

Mente que é a vilã, que é a boa moça, que se machucou que pensa aquilo que fala que dá conta de todas as coisas do universo, mente, mente e mente.

Os mais compreensíveis e de visão mais benevolente que a minha vão dizer que não é mentira é intepretação, porém que seja afinal ele está ali fingindo ser o que não é e isso me parece uma grande mentira.

Hoje eu quero contar de um desses mentirosos que cruzam nossas vidas e contam mentiras daquele tamanho...

Vejam só, um dia comum de trabalho apareceu uma funcionaria nova muito normal, muito comum.

Coube ao meu departamento ensinar o serviço que ela deveria fazer pelo tempo que passasse em nosso convívio “muito normal, muito comum”. Apegamo-nos a essa senhora, sim a funcionaria era uma senhora.

Com o passar do tempo todas as pessoas dos demais departamentos foram conhecendo-a e também pegando apego, muito simpática e sorridente foi fácil de adaptar e gostar da companhia dela.

Onde trabalho, o serviço é muito repetitivo e exaustivo, e como todos nós a senhora que era uma funcionaria assim como eu começou a reclamar. Muito normal, muito comum.

Logo ela começou a “mexer os pauzinhos” e fazer entrevistas para trabalhar em outro lugar. Muito rapidamente ela conseguiu outro emprego, e muito triste esperou o pessoal que ela mais se apegou no horário da saída para um ultimo adeus.

Adeus esse que teve direito e choros e abraço, mas também teve alegria afinal sabíamos que ela tinha alcançado o que desejava, mudar de emprego.

Após a saída da senhora, tivemos que voltar a fazer o serviço dela que é supervisionado por outro departamento que o filho do dono da empresa que cuida. Sendo assim um documento avaliativo do nosso desempenho chegou as nossas mãos, eu sempre muito observadora fiquei espantada com o que o documento mostrava.

Ali, naquele pedaço de papel foi revelada a maior mentira da qual já fui vitima. A senhora, simpática, sorridente e agradável ao nosso convívio não havia conseguido um novo emprego, não havia trocado do emprego, ela havia mudado de horário e de departamento, porém continuava na empresa na qual como todos nós ela também reclamava.

Sim, no final da avaliação no papel continha a assinatura da funcionaria, simpática e sorridente. Que aos prantos disse que sentiria muitas saudades de todos nós. O que obviamente também era mentira.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Lua dos amores passados

Hoje a lua parece muito à vontade lá no céu, parece uma rainha capaz de nos castigar ou nos perdoar por todos os pecados cometidos no percorrer do dia.
De qualquer janela que se olhe hoje a lua parece ter poder de mudar o mundo.
Essa lua, a lua cheia, a lua dos amantes já deve ter sido testemunha de muitos amores, desamores e dissabores dessas vidas que andam, andaram ou andarão de mãos dadas.
Deve ter visto aquele seu primeiro jovem amor crescer, deve o ter visto ser nutrido por ilusões e destruído por desilusões e claro que todas as vezes que qualquer ponta de esperança apareceu, a lua também viu esse amor sendo remendado.
E agora infelizmente ou felizmente ela está vendo esse amor se partir de vez.
Não se sinta aflita, já que a lua também foi testemunha daquele segundo amor que você inventou e se jogou cheia de esperança de esquecer aquele primeiro e jovem amor.
Depois de uma longa caminhada o primeiro e o segundo amor acabaram por confundir a sua vida, e você parecia sempre vagar de um amor para o outro sem saber bem o que queria. E a lua sempre esteve ali companheira e aflita te iluminando e nunca negligenciando o ato de lhe vigiar o coração.
O segundo amor, nunca foi melhor que o primeiro você sempre chorou ao travesseiro e a lua sempre ouviu.
Agora que o primeiro amor se revelou uma decepção, por culpa ou sabe se lá o motivo, você novamente se atirou nesse segundo amor, aquele já diversas vezes remendado, aquele que não te satisfaz aquele que não te faz feliz.
Se o amor do próximo conforta e alegra o amor próprio liberta e é esse que há muito tempo a lua tão fiel companheira sua, não vê vindo de você.
Talvez o escuro em que a rainha lua se encontra não lhe deixe enxergar bem a sua vida, não lhe deixa acha-la e toma-la de vez para você, pois se essa vida é de alguém ela é sua.
Se for isso eu espero minha nobre rainha lua que saia de cena, que deixe o rei sol clarear e esquentar essa peça de teatro chamada vida.
Para que você minha pequenina e apaixonada atriz possa ver que o amor não tem pressa que ele pode esperar.



domingo, 1 de julho de 2012

Bel Amour

Sentada no silêncio do meu mundo singular eu posso ouvir as vozes do lado externo e elas me incomodam.
O que me resta é pegar um casado para cobrir a minha tristeza e sair por esse mundo real que já não faz muito sentido.
Um casal faz com que me lembre de nós, e por uma inocente crueldade a mulher pede para que eu tire um foto. E ali no mesmo lugar onde um dia fomos dois, eu fotografo um presente que já foi o nosso passado.
Se, olho para o céu não é para atrapalhar a sua caminhada, vá.
Saiba que se eu pudesse mudar as coisas e fazer tudo diferente sem hesitar eu faria.
O sol sabe que não ando aparecendo muito por essas estradas e ao se encontrar com a lua rapidamente devem conversar sobre a minha aflição.
Eu queria construir um império, desafiar a morte olha-la e dizer que jamais eu deixarei você ir. Que dela eu já não tenho medo.
Se a luz da manhã pudesse trazer você de volta eu abriria todas as janelas do meu ser para sentir suas mãos, seu corpo e seu calor.
Meu amor seja lá como for eu não tenho mais medo de fechar os olhos, só assim posso ouvir sua voz e finalmente te encontrar.
E foi ali na minha dor que eu decidi te guardar para nunca te esquecer.
Meu belo amor, você é e será para a eternidade.

sábado, 12 de maio de 2012

Transcrevendo a dança da vida

Ontem a vida me desafiou e fez meu lado jovem sentar atrás de mim no coletivo.
E esse meu lado comentou “_ Ontem eu dormi meio Cazuza, mas hoje eu já acordei Nirvana”.
Que inveja! Nos dias de hoje já nem sei quando estou dormindo ou acordada.
Quase virei e a fiz implorar que jamais deixaria esse lado puro de sempre achar uma música para cantar de sempre falar o que pensa morrer, quase lhe contei que deixar isso morrer a lançaria em um mundo no qual questionamentos existenciais sufocam.
Mas, não quis parecer louca! Nunca quero parecer nada além de forte.
A música ecoa “ Você já viu uma mulher derramando lagrimas negras na face? “ , o meu retrato no espelho reflete a mulher com lagrimas negras na face. Ouvi certo dia que tudo bem chorar, não é fraqueza. Tem gente que é forte por muito tempo e chega uma hora em que não dá para suportar as dores do mundo e chora. É injusto demais dizer que ela é fraca só por isso.
Perco-me em olhares, procuro-me em qualquer direção. Talvez eu encontre algo que me puxe como um imã e o seu magnetismo... Qualquer olhar ou migalha de vento que mostre algo além do vazio que invade com sua matéria pesada e densa.
Há dias que tenho medo do que sinto, não por sentir e sim pela intensidade.
E os pensamentos então? São outro estagio de medo vejo o meu mundo girando, girando e girando como uma dança dos tempos em um ritmo fora do comum.
Dentro dos meus pensamentos, questionamentos e sentimentos. Entendo e danço e danço até meu corpo cansar e cair sobre um colchão velho a cada final de dia, mas não se desespere ou então se desespere. É só uma pausa, antes de o dia amanhecer já estou em pé novamente para dançar esse ritmo que nem sempre é o que prefiro dançar.
Dizem que as crises é que nos fazem crescer, agarrada nisso eu suporto todas as minhas crises desde as de risos até as de tristeza onde todas as dores do dia ficam guardadas esperando até eu está completamente sozinha para passear sobre o meu rosto e sumir absorvida pelo travesseiro.
Que essa longa caminhada cheia de inquietações acabe por devolver e dar o que meu por merecimento!

terça-feira, 17 de abril de 2012

Ensina-me a ver o meu lado bom!

De algum modo entre Cecília e Drummond esqueci, ou quem sabe impus quando Vinicius disse: “ Beleza é essencial.”
Porém, que tipo de beleza é essa que muda do dia para a noite, que elege suas musas por dinheiro?
Que consome só pelo signo?
Talvez, eu não devesse culpar a ninguém.
Vinicius tinha a sua garota de Ipanema que saiu até no New York Times e sua admiração por saboneteiras femininas. 
Contou-me um lindo passarinho, que eu irradio luz, que eu sou capaz de conseguir tudo o que eu quiser.
Queria eu enxergar como esse nobre passarinho, pois o espelho anda de complô com o Vinicius e vive me cobrando que a beleza é essencial.
Virei escrava de quem eu sempre repudiei.
Contaminei-me pela cegueira do dia a dia e do passado, cansei de lutar pelo o que eu sou.
Tornei-me vazia, consumida pelas areias do tempo.
Aceitei passivamente tudo o que me foi oferecido ou imposto? Ou os dois?
Fui me maltratando sem perceber e agora quero voltar, parar fazer tudo de um jeito diferente. E olha, eu nem peço para voltar ao passado e reconstruir um novo futuro.
Não sinto arrependimento dos dias em que me senti Deusa, aliás, arrependimento vem dos dias que o lado humano me envolveu.
Foram nesses dias que eu fiquei mais vulnerável, foram nesses dias que eu parei de me sentir forte e comecei enfim a sentir.
Se isso é bom ou ruim eu não sei. Só quero agora explorar esse meu lado humano, aprender a viver com ele, não suprimi-lo e aceita-lo também como parte de mim.
Entre Cecilia e Drummond eu passei minhas tardes mais jovens, deitada e lendo poesia e me sentindo vulnerável sem sofrer em nada.
Mas quem passa pela vida em plena nuvem, não vive só ensaia para a morte.
Vou lutar por mim, encontrar uma forma de enxergar e tocar esse meu lado bom.
Eu o abandonei em algum lugar nesse labirinto que é crescer, por proteção, por medo e agora sinto coragem para dar o outro lado do coração.
Feridas todo mundo carrega. Forte não é quem as esconde e sim quem aprende a viver bem e feliz com elas.

sábado, 7 de abril de 2012

Se existe a indústria da cultura, existe também a indústria do amor

No silêncio da noite a solidão grita “Você fracassou”!
Isolada dentro do mundo que eu criei, vivo dentro de uma caixa com vista panorâmica que para alguns parece só um meio de diversão.
Muitas vezes eu me jogo contra a parede, comunicação social? Logo você? Tão exatamente inumana?
Talvez por ainda não ter achado alguém compatível e capaz de me decifrar eu precisasse estudar a arte de devorar.
Perde não é meu forte, mas com o passar dos anos você acaba se acostumando. Perde um ônibus ali, um olhar aqui, um pedaço do coração acolá.
É aceitável olhar o passado e tentar achar onde foi que errou, mas é inacreditável se perder nele e não conseguir achar onde foi.
O teste na revista feminina diz que eu sou dura na queda, mas o travesseiro já cansado e ensopado de lágrimas me diz o contrário. Ou talvez ele concorde, mas eu sou orgulhosa demais para ouvir.
Se existe a indústria da cultura, existe também a indústria do amor. Esse amor vendido de cena de cinema que todo mundo quer ter, mas não sabe onde comprar fragiliza os corações partidos.
A TPM já não serve de desculpa, os comentários são sempre avassaladores “ Você nunca mais vai namorar?”, mas a minha dúvida é muito pior “ Eu nunca vou parar de procurar motivos para não amar/gostar/apaixonar-me por alguém?”
Uma hora aqui, um comentário ali... Às vezes isso é até motivo de piada e a risada é só para acariciar o coração que não sabe como disfarçar ou solucionar isso de uma forma melhor.
Se fingir de forte é muito fácil, difícil mesmo é ver um casal de mãos dadas e olhar para as suas e saber que não há ninguém para preencher aqueles espaços.
No dia – a – dia é simples esquecer-se dessas aflições do coração o cotidiano é recheado de ocupações que me mantem longe do que eu sou, mas quando eu chego à porta do meu quarto já posso enxergar a solidão e a tristeza deitadas na minha cama me chamando para acompanha-las.
Eu nunca disse que queria que fosse assim, eu só queria um tempo para organizar a minha vida e os meus pensamentos e depois outro alguém poderia chegar de mala e cuia para se alojar na minha vida.
Mas parece que minha morada não é lá muito interessante, ninguém sequer ao menos bate a minha porta. Eu não sei o que pode haver de errado lá fora, e então eu vou me culpando e esquecendo-me de manter tudo arrumado e no lugar quando o novo hospede chegar e assim eu sinto que vou mantendo ele sempre distante.

domingo, 25 de março de 2012

Minha cor preferia é o vermelho

É incrível como estamos sempre buscando algo e quando aparentemente estamos conseguindo queremos bloquear isso de qualquer forma.
O medo de sentir o desejo se realizando, transforma tudo em dor e duvida.
E eu sou desse tipo de pessoa, que não se importa em chorar em público ouvindo uma música ou lendo um livro no metrô, mas se a mesa vira para uma demonstração de afeto em um relacionamento a dois...
Sinto todas as portas, janelas e cortinas do meu ser fechando, as luzes são todas quebradas e para melhorar eu compro tinta preta a lote. Deixo tudo escuro e nebuloso, divago nos meus pensamentos me perco em alguma ou todas as curvas e de uma hora para a outra eu estou distante de tudo e fria demais para ser tocada.
Se foi sempre assim?  Eu não sei bem, acho que com o tempo tudo só piorou.
Se houve outro alguém nesse meio tempo? É, houve. E essa pessoa me guiou por caminhos lindos, porém manipulado demais pelas suas mãos para que eu pudesse respirar sozinha lá. Sim eu parti daquele lugar.
E depois? Não dá para explicar sobre o depois, eu me senti correndo rápido e forte para fora do labirinto. Eu senti o vento batendo no meu rosto, corri como uma criança ao ver a mãe na porta da escola, segura e sem medo do que pudesse ocorrer. No meio do caminho essa segurança acabou por algum motivo eu fiquei dependente de algo que eu não sei o que é. E isso era o combustível que me mantinha correndo rumo à liberdade.
Como me sinto agora? Confusa, parada em um espaço que não é meu e ouvindo meus demônios internos gritando e meu coração e minha mente tentando me ajudar a compreender tudo...
O que me aflige? Um novo olhar, um olhar que eu ainda não tinha percebido. Que me nocauteou por esses dias. Não me lembro se o olhar sempre esteve ali, mas está lá agora. O olhar é confiante, mas a duvida é só minha.
Eu vivi e vivo tempos de conflitos internos, não quero ensinar ninguém a conviver comigo. Só quero que a pessoa sente-se ao meu lado e saiba que até no silêncio eu irradio sentimentos.
As pessoas falam demais e só conseguem ver o superficial em mim, a parte que parece está oca de sentimento, a casca que minha ferida formou. Abaixo da casca há o sangue a carne o eu.
Minha cor preferia é vermelho, porque é quente, intenso e chama o olhar de longe. E é assim que eu sou ou penso ser.

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Por um segundo mais feliz...



O que você faria por um segundo mais feliz? Quantos te amo, adeus e caricias trocaria novamente? Quantos mundos arrebentaria? Quantas verdades proferiria em nome de uma vida mais sincera? São tantas coisas a se pensar que fica um pouco difícil decidir.

Em nosso vai e vem vagabundo e desleal com o que sentimos, por vezes ignoramos o que é ser feliz. Talvez felicidade seja só um momento a mais junto com a pessoa que se ama, ou um voltar da porta de casa por ter lembrado que se esqueceu de algo muito importante. Qualquer coisa simples, desde que nos remeta a sorrir e se sentir bem.

O quão profundo realmente pode ser essa nossa busca por essa tal felicidade? E quando alcançada será que há o sentimento de contentamento tão esperado?

O celular toca a música de minha preferencia para acordar. Levanto – me e sigo toda a rotina de um cotidiano que nunca foi o que desejei, mas por enquanto é o que consigo alcançar. Algumas vezes difundo ideias sobre a felicidade, da boca para fora. Não sei o que é.

Alguém conta uma piada e outros tantos disparam sorrisos e um pequeno momento instantâneo de alegria se edifica.

Enxergo que como humanos por vezes perecemos moribundos procurando por essa tal felicidade que pode se resumir em algo que nem sabemos se queremos.

Vamos sempre tão fundo sem rumo, querendo um sentido e quase sempre não o sentimos, andamos juntos e nem nos conhecemos, entramos em outros mundos e saímos algumas vezes um pouco imundos, sempre procurando qualquer momento, qualquer instante a mais dentro desse segundo mais feliz.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Talvez um relacionamento ...

Nenhum relacionamento está livre de rupturas ou é tão forte que haja a possibilidade de garantir que nunca haverá brigas.

A única coisa verdadeira em um relacionamento é o amor, é ele que vai costurar sem deixar cicatriz as rupturas, as brigas e os fracassos.

Não há relacionamento onde não exista traição, todos traem, todos são traídos.

O amor não precisa ser a paixão ardente, há tantas faces... O amor pode ser amizade, submissão, compreensão.

Para o amor também não há medidas só diferentes representações.

Um bom relacionamento é feito sim de brigas, separações, decepções, pois esse denominador é feito também de inúmeras superações.

Um bom companheiro não te liga a cada cinco minutos, não questiona tudo o que faz, não cobre de julgamentos, não faz com que se sinta menor, não quer só a sua beleza, ou riqueza ou poder, não tem ciúmes desnecessários, não cobra promessas impossíveis de cumprir.

Ser um bom companheiro não tem nada haver com isso, é ligar quando é necessário, é silenciar e deixar que diga o que quiser, é passar segurança, é querer todo dia a mesma pessoa amando as suas qualidades, mas também seus defeitos, é ter o ciúmes que cuida, é compreensão.

Se sentir diga sempre te amo, não tenha medo de arrependimentos. O coração é para isso mesmo... Apanhar e se recuperar e apanhar, mas sempre pulsar e amar e ser feliz.

Um relacionamento é como uma segunda vida, cheia de estações anuais e recheados de surpresas.

Dizem que tudo que é bom, dura pouco, mas se valer mesmo a pena pode tirar o ponto final, incluir reticencias ou vírgulas.

Não podemos culpar ninguém por nossa infelicidade, somos responsáveis por tudo o que fizermos nessa ou em qualquer outra vida.

O bom e tão esperado relacionamento é feito de temperos únicos que varia de casal, amizades, companheiros e coniventes. Não há uma regra clara, já que também não há jogo a se jogar só uma vida para viver.

Pense sempre no que importa, aja com o coração, tenha coragem, lute para o que quer. E se mesmo assim tudo acabar é só limpar a alma e recomeçar.

Afinal o movimento do mundo é circular e não linear.






terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Vai amor, pode ir.

Eu sei que sente quando te chamo, essa distancia não faz com que você não saiba o quanto te amo.
Desculpa se esse amor te faz sofrer, mas não te sentir em mim dói tanto.
Não a nada que possa curar essa dor, nem o vento, nem o fogo e nem o tempo.
Às vezes tento dar risada de todo esse extremo embaraço, mas tudo que eu consigo é chorar.
Já procurei em outros ombros calar os meus gritos, mas foi só uma infinidade de sexo casual. Forçar esse capricho não me levaria a nada.
Desculpa se deixei provas tão espessas ao tentar te esquecer, mas foram necessárias.
Se não há mais nada que faça você ficar é melhor dizer a verdade do que me embriagar de mentiras que não irão te manter por perto.
Um momento inacreditável, preferi não dizer nada, essa vida já me deixou por um fio.
Tudo bem pode ir. Vou te guardar como o meu vicio extremo.
Talvez agora não haja mais história alguma com a qual se orgulhar, mas você pode ir e eu ainda estarei aqui esperando.
Não importa se eu cair na escuridão profunda.
Não se mova para me ajudar.                                                             
Só assim todos os pedaços de você podem enfim ir embora.
Sou só uma mulher apaixonada!