Voltei, porque preciso gritar.
As pessoas já não são capazes de ouvir, é mais fácil escutar passar a mão nas costas e seguir em frente. Essa amizade fingida.
É muito mais útil você ouvir a pessoa, tentar entende-la, deixa-la feliz de fato, não apenas força-la a mostrar que está bem.
Tudo bem que existe muito sofrimento no mundo, que existe gente sofrendo nos hospitais, sem família, sem casa, sem uma cama confortável para dormir, eu sei de tudo isso, que no mundo tudo sempre pode piorar.
Mas, poxa. Qual o problema de eu ter os meus pequenos sofrimentos e amplia-los e querer sentir essa dor e ser ouvida e querer seu abraço?
Ás vezes eu me sinto culpada por sofrer por tão pouco, mas eu sofro.
Sofro pelo corpo ideal que eu nunca alcancei.
Sofro pelo status social que eu quis, mas depois de 4 anos investindo numa faculdade, ele não veio.
Sofro pelo emprego dos sonhos numa revista feminina que nunca rolou.
Sofro pela roda de amigos espetaculares que eu sempre desejei, mas não tive.
Tive e tenho ótimos amigos claro, mas encontrei poucos daqueles que abre a boca e você viaja com tantas histórias incríveis que tem para contar.
Sofro pelo sofrimento dos meus amigos, tão frustrados quanto eu com uma faculdade que não deu certo.
Eu ainda me amo e amo você, mas estou pedida do meio do caminho, sem saber que direção tomar.
Me espera, tenha paciência, vou te alcançar, só me ouve mais. Por favor, fica mais um pouco.
