Lá vem você

Se não fosse tão misterioso seria digno de desprezo, porém é de um segredo tão infinito que me prende em um simples olhar.

Queria ter o poder de controlar essa minha curiosidade, de largar de mão, de não querer conhecer tão a fundo e cuidar por um bom tempo. É dificil, mas como é você, eu nem procuro evitar.

É tanto borborinho, tanta espectativa que foge as minhas mãos. Eu não sei como agir. Você não sabe o que dizer e as coisas parecem se resumirem nisso.

E quando mal percebo mais uma vez você já foi e eu acompanho com os olhos você se afastar. Pergunto - me quando você vai voltar!

E nos dias de ausencia então? Quanta tristeza, nessa hora irrta-me a ousadia do tempo em não passar.

Não posso compreender como sou capaz de olhar todos os dias para a mesma poesia e sempre achar os versos bonitos.

Não precisa de muito, quando eu vejo já me perdi e só vou me encontrar em pensamentos soltos sobre você.

Deleito-me nos detalhes que nem existem, procuro em qualquer simples existencia te fixar um pouco mais aqui. O mistério torna tudo mais envolvente e isso corrompe as minhas espectativas sobre mim.

De alguma forma não cosigo me ver lá, mas sua presença é muito forte aqui. A certeza de que o nada é a coisa mais palpavel que tenho em mãos entristece o meu frágil coração.

Um olhar interessado e nada mais.

As faces que somos capazes de vestir atrapalham muito, a cada dia eu durmo e acordo alguém diferente, em dias podem te agradar em outros não.

Minha face triste, sua pequena preocupação me empolga, mas não é agora o que eu procuro. Essas fases divergentes em nossas vidas, afeta tudo o que eu esmero.

Você vai, mas sempre volta e eu sempre espero. Nos dias de ausencia ainda assim eu espero, costumamos não perder esperança quando queremos muito algo ou alguém e quem sabe nesse vai e vem você acaba por me querer também.