O intangível em mim

Por que ei agora de camuflar – me? Era uma vez um dia em que comecei a história assim, e o final não foi dos mais felizes.

Surpreendo e desfaço todas as formas assumindo o que eu sou, pois sou tudo isso! Encontro – me muito mais nas palavras que calo sobre mim do que nos meus dizeres corriqueiros.

Por que haveria de importar – me sobre o que falam? Que falem, há tantas por ai com posse de santa, mas que não possuem metade da dignidade que lhe são atribuídas.

Se for para amar-me que seja assim, que fique aqui porque gosta de mim, não quero ao meu lado alguém que admira os personagens que enceno e não o que sou.

Sou só mais uma invisível no meio de tantos com minhas pequenas histórias notáveis, e com sede de escrever todas. O que almejo agora é passar a ser visível a você.

Mudar por quê? Irei perder – me mais uma vez como em tantas outras por um caminho escuro embutido em vários labirintos, o arrependimento há de tentar matar – me aos poucos como já fez antes. Já sei o que faço quando isso acontece, magoou o coração alheio só para estar aqui de voltar, para estar nisso que sou eu, pra sentir-me viva.

Não é justo como nada e nem com ninguém que caminhou comigo até aqui, perto deles tudo isso se transforma em nada, aliás, o que é isso mesmo? Paixão? Empolgação? Um teste sobre o que sou? Você é só um ou mais um e o que já vivi e caminhei é tudo. Não há motivos pra mudar por um se tantos outros alguéns assim querem-me.

Procurar-me em essências já existentes é pura bobagem, não estou aqui para ser adicionada há um quadro pré-definido, estou alheia a todas as definições. Quero construir, somar e viver isso, se não for pra ser assim então deixa pra lá é melhor assim do que se odiar depois.

Estou pensando em partir, já lhe tomei tempo demais!

Transbordo poesias que você não é capaz de compreender, não vou mudar vou ficar de cá e você de lá, deixa assim estar.